12.8.10

1.2.3.4.5

Há tempos, atravessava o Jardim despenteado e selvagem, que gosto cada vez mais. Vejo num olhar rápido, as galinhas de um lado para o outro, sim estão ali também, na casa delas. As plantas, as que se comem ou que se hão-de comer, e as outras que estão ali porque são belas e gostam de lá viver. Olho de repente, as galinhas… todas alinhadas, arrumadinhas num poleiro, prontas para dormir! A imagem inédita ao vivo. Eu que só tinha visto tal imagem em desenhos animados, a rir a bandeiras despregadas, quase nervosa. AhAhAh! – Ó galinhas! Mas onde é que aprenderam isso? AhAhAh. A amiga ria também contente da graça que me achava a achar graça.
Ontem, o jardim, os cães, o gato, a mãe que é filha, a filha que é mãe, e eu tudo isso, sentadas a respirar o ar quente da sombra do fim do dia, também perto das galinhas… eu pelo canto do olho vigio-as. Uma a uma, lá vão saltando para o poleiro, arrumando-se para dormir. Eu, de cada vez, corro sem interferir com o silêncio, para as fotografar pelo postigo. Já ninguém me estranha, nem as galinhas, e isso é bom.

(faltam duas, uma está choca e outra com uma tala no pé partido, dormem no chão)