14.3.11

Equilíbrio

"O espírito científico, fortemente armado com seu método, não existe sem a religiosidade cósmica. Ela distingue-se da crença das multidões ingénuas que consideram Deus um Ser de quem esperam benignidade e do qual temem o castigo _ uma espécie de sentimento exaltado da mesma natureza que os laços do filho com o pai _, um ser com quem também estabelecem relações pessoais, por respeitosas que sejam. Mas o sábio, bem convencido, da lei de causalidade de qualquer acontecimento, decifra o futuro e o passado submetido às mesmas regras de necessidade e determinismo. A moral não lhe suscita problemas com os deuses , mas simplesmente com os homens. A sua religiosidade, consiste em espantar-se, em extasiar-se diante da harmonia das leis da natureza, revelando uma inteligência tão superior que todos os pensamentos humanos e todo o seu engenho não podem desvendar, diante dela, a não ser seu nada irrisório. Este sentimento desenvolve a regra dominante da sua vida, da sua coragem, na medida em que supera a servidão dos desejos egoístas. Indubitavelmente, este sentimento compara-se àquele que animou os espíritos criadores religiosos em todos os tempos.".

Einstein, Albert. Como vejo o mundo
Hoje, na correria também da hora de almoço, vou passar na Fnac e comprá-lo.